Uma parceria que promove o acesso ao lazer, à cidadania e propicia o fortalecimento de competências socioemocionais na infância e adolescência. É assim que o Projeto Maré Ativa, realizado pelo CADI Maré (RJ) em conjunto com o Ministério da Cidadania e a Secretaria Especial do Esporte, tem atuado para melhorar a vida de 250 crianças e adolescentes que residem no Complexo da Maré.
O projeto atende alunos de quatro a 17 anos em situação de vulnerabilidade e inclui diversas modalidades esportivas como jiu jitsu, muai thay, judô, tênis de mesa, acroesporte, capoeira e ballet. Há também oficinas culturais e de cidadania, nas quais as crianças e adolescentes conhecem seus direitos e têm acesso a conteúdos sobre educação e cultura.
O esporte possui um papel significativo em qualquer fase da vida, especialmente durante a infância e adolescência. A prática traz inúmeros benefícios à saúde física e emocional e favorece o desenvolvimento de qualidades como tolerância, disciplina, autoconfiança, criatividade, trabalho em equipe.
O esporte também auxilia no desenvolvimento do raciocínio lógico devido à necessidade de tomar decisões rápidas e definir estratégias, facilitando a absorção do conteúdo escolar e um aprendizado de melhor qualidade.
“O CADI está inserido num contexto de vulnerabilidade muito grande em relação à violência armada e ao uso de drogas. O acesso ao esporte e à cultura faz com que a criança veja outros caminhos e possibilidades. Outra questão que temos trabalhado muito nas oficinas é a evasão escolar, temos contribuído muito com as escolas na busca ativa das crianças que devem retornar às aulas. Mesmo com o fim da pandemia, a evasão está grande e as oficinas de cidadania conscientizam as crianças sobre a importância de estar dentro da sala de aula”, afirma Viviane Tinoco, coordenadora do CADI Maré.
Acesso à documentação e orientações à família
Outro eixo de atuação do Maré Ativa é a orientação para pais e mães dos alunos. Os familiares comparecem ao CADI duas vezes por mês para debater temas como cultura de pais, violência contra crianças e adolescentes e prevenção do uso de drogas. O conteúdo é um suporte às famílias que se tornam mais bem preparadas para proporcionar segurança, amor e cuidado aos filhos.
Ao saber sobre a existência de crianças atendidas pelo projeto que não tinham o cadastro de pessoa física (CPF), a ONG realizou um mutirão para providenciar a documentação, que é uma das principais formas de identificação da população brasileira e facilita a garantia de direitos de cada cidadão. Ao longo dos anos, o CPF conquistou um protagonismo crescente e será utilizado na nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), que adotará o número do CPF como registro geral, único e válido em todo país. O novo modelo de documento será obrigatório em 2032 e substituirá o Registro Geral (RG), que deixará de existir.