No dia de ontem, 19/04/23, o CADI Brasil lançou um e-book para qualificar a atuação de empreendedores sociais cristãos. Intitulado Guia rápido para elaboração de projeto social – dez passos para elaborar um projeto social, o e-book apresenta um roteiro de informações que um empreendedor social deve saber para construir iniciativas sociais com inteligência e qualidade técnica e que proponham caminhos para o desenvolvimento comunitário com excelência.
A proposta é oferecer um guia para inspirar reflexões sobre o tema e apresentar outras fontes de conhecimento sobre elaboração de projetos sociais. O primeiro passo apresentado pelo e-book é o diagnóstico comunitário, que permite que os empreendedores envolvidos na construção de um projeto tenham mais clareza da realidade do território a partir da perspectiva local.
Diagnóstico
Um diagnóstico bem feito identifica a origem dos problemas que culminaram na situação de vulnerabilidade de um território. A partir dessas informações, a iniciativa social propõe ações efetivas para a comunidade. É importante não elaborar projetos com base em ideias preconcebidas e não propor soluções antes da compreensão do contexto do território. É preciso dialogar com as comunidades para saber seus problemas, necessidades, recursos, talentos e habilidades. O ebook apresenta as fases do diagnóstico e outros materiais para aprofundar o tema.
A etapa posterior ao diagnóstico é definir o foco da iniciativa social e onde ela será realizada. Nesta fase, é importante conciliar a realidade com as preferências dos empreendedores sociais, ou seja, balancear as motivações das pessoas envolvidas no projeto com ações possíveis de serem colocadas em prática. O projeto precisa estar alinhado com as especificidades do território escolhido, pois cada comunidade possui seus desafios e potencialidades.
O terceiro passo é refletir sobre o público-alvo. Revisitar os dados levantados pela equipe da iniciativa é fundamental para perceber quais são os problemas enfrentados pela comunidade, qual é o perfil das pessoas prejudicadas e seu local de residência. Comparar as informações obtidas pela equipe do projeto com estatísticas e outros dados oficiais ajuda a construir uma iniciativa mais sólida.
Escrita
Em seguida, é o momento de escrever o projeto. É interessante que o processo de escrita seja um trabalho cooperativo e que as pessoas evitem termos incompreensíveis, jargões e expressões vazias. A escrita deve ser clara, objetiva e concisa. Já a justificativa é a seção na qual se demonstra o significado do projeto social. Para escrevê-la bem, é imprescindível refletir sobre questões como: “Por que este projeto é relevante?” e “Que contribuições ele trará para este território?”
O sexto passo diz respeito à definição de objetivos, que podem ser classificados como gerais ou específicos. Os objetivos gerais têm o papel de descrever os impactos do projeto enquanto os específicos detalham as ações realizadas para alcançar as metas. Elas precisam ser atingíveis em um prazo determinado, mensuráveis e relacionadas às necessidades do público-alvo. Por exemplo: fomentar a cultura empreendedora em jovens da comunidade.
Na metodologia da iniciativa, é necessário responder o quê e como as atividades serão executadas, definindo os caminhos a serem percorridos para alcançar os resultados desejados. O oitavo passo é a avaliação, que mostrará se o desempenho do projeto é positivo ou negativo. A avaliação possui vários benefícios, como a correção de aspectos da metodologia, a melhoria dos resultados, a participação das partes interessadas, entre outros. Existem diferentes formas de avaliar uma iniciativa social e seu uso dependerá da complexidade de cada projeto. O livro explica como deve ser a coleta de dados qualitativos e quantitativos para examinar o desenvolvimento.
Parcerias
Outra questão interessante é a formação de parcerias para ampliar os impactos do empreendedorismo social. Ela pode ocorrer desde a primeira fase do projeto, em sua concepção e diagnóstico. É possível ter vários tipos de parceiros e cada um pode contribuir de uma forma específica para a comunidade. É importante avaliar se os parceiros em potencial compartilham os mesmos valores da equipe da iniciativa social e definir um conjunto de diretrizes para orientar as ações em parceria. A relação com os parceiros deve prezar pela confiança, transparência, comunicação ágil, aberta e horizontal.
O último passo é a comunicação do projeto, que também é uma ferramenta potente para a prestação de contas. Com o uso intensivo de redes sociais, os empreendedores devem planejar cuidadosamente quais serão seus principais canais de comunicação, mecanismos e conteúdos divulgados. Não é necessário usar todas as redes disponíveis, mas aquelas que fazem mais sentido para o público.
Caso os empreendedores tenham recursos, é recomendável profissionalizar a gestão da comunicação do projeto. No final do e-book, o leitor encontra uma página com materiais complementares, com dicas de livros, artigos e vídeos para ampliar ainda mais seus conhecimentos na elaboração de projetos sociais. O E-book pode ser baixado neste link: https://rb.gy/y3qx9
SEDEC Imersão
Todos os anos, o CADI Brasil realiza uma formação especial direcionada a empreendedores sociais cristãos. Trata-se do Seminário de Desenvolvimento Comunitário (SEDEC) na modalidade imersão, realizado na unidade do CADI do município de Fazenda Rio Grande (PR).
O SEDEC Imersão será realizado entre os dias 16 e 22 de julho. Os participantes realizam uma imersão de sete dias na unidade e assistem a aulas especiais sobre o tema, assim como realizam atividades práticas. A programação contém dinâmicas, oficinas de elaboração de projetos sociais, aulas sobre planejamento, avaliação e execução de projetos sociais, diagnóstico comunitário, o papel da igreja local no desenvolvimento, entre outros conteúdos. A inscrição pode ser realizada aqui: https://bit.ly/3FywJr3